domingo, 22 de agosto de 2010

Vergonha no beira-rio: nem tudo são flores...

Para encerrar as postagens sobre a final da libertadores sou obrigado a escrever sobre algo deplorável.
Me senti envergonhado no beira-rio. E eu não estou falando da briga entre jogadores ao final. Isso já havia acontecido na Argentina, no jogo contra o time do Estudiantes. O motivo da briga, ao que parece, foi idiota. Um jogador do chivas desabou no gramado e colocou a mão no rosto, quando o juiz apitou o fim da partida. Ele estava triste. Isso é o óbvio. O problema é que os seus coleginhas imbecis, sem nem perguntar a ele o que houve, já partiram para a briga. Ridículo...
Como eu disse acima, não foi isso que me envergonhou. Lembrando do que aconteceu em 2006 (quase que eu não consigo entrar no estádio e ainda tive que assistir o jogo em pé) tentei chegar ainda mais cedo no estádio. Até aí tudo tranquilo. Aliás, estava muito organizada a entrada no beira-rio. O problema não foi esse.
O Inter disponibiliza a venda de ingressos de várias formas. Uma delas é pela internet. E, pra que adquire ingressos assim, não é dado o número da cadeira onde a pessoa deve sentar. E mais, todo mundo que compra ingressos assim diz que o Inter informa que eles podem sentar onde quiserem. Isso é absurdo! Eu tenho cadeira no beira-rio, com o meu nome escrito nela, ou seja, em tese eu posso chegar no jogo o horário que eu quiser que o meu lugar tem que estar garantido. Ninguém pode sentar nele. Só que isso, infelizmente, é utopia.
Eu deixei a minha mãe no estádio as 18h30min. Eu fui pra lá depois disso, mas não tive problemas para sentar no meu lugar porque a minha mãe o guardou para mim. Ocorre que, muitos torcedores chegaram mais tarde. E não vejo nada de errado nisso, afinal, eles têm cadeiras com os seus nomes escritos nelas, assim como eu tenho. O problema é que, com essa possibilidade de compra de ingressos pela internet sem numeração a confusão era prevista. No mínimo eu vi 4 brigas nas cadeiras. E não estou falando de discussões não! Foram brigas mesmo! Socos, chutes, empurrões e tudo mais! Foi muito podre! Duas gurias, inclusive, se empurraram. Quase trocaram socos. Isso duas fileiras abaixo da que eu sento. Uma delas chegou querendo sentar no seu lugar, mas ele estava ocupado por outra guria que havia comprado o ingresso pela internet. E a guria não quis se levantar de jeito nenhum. Foi chamado o segurança do estádio e nada mudou. A guria não se mexeu. Resultado: a dona da cadeira ficou assistindo o jogo, em pé, na frente dela. Só não houve um problema maior porque um cara que estava na cadeira ao lado resolveu ceder o seu lugar. Faltou pouco pra não rolar pancadaria.
É uma vergonha a desorganização do estádio. Claro que, o problema vai muito além disso. Está na educação das pessoas. E isso vem de base.
Resolver o problema do Inter é bem fácil: é só não liberar o ingresso de pessoas que não são titulares de cadeiras no mesmo portão dos sócios. Isso soluciona essa questão idiota. É tão fácil. Quem não é sócio que vá sentar atrás do gol! Liberar sócios e não sócios no mesmo portão é BURRICE!!!
Solucionar o problema educacional brasileiro, infelizmente, é impossível! Aqui todo mundo quer levar vantagem! As pessoas são egoístas e mal intencionadas. Vivemos em um mundo podre. É óbvio que nem todo mundo é assim, mas a minoria que respeita regras sempre se ferra! Quem pretende sentar em sua cadeira no estádio sabe que pode encontrar um infeliz lá sentado e que talvez não queira sair de lá mesmo sabendo que está no lugar errado. E olha que isso é um problema pequeno! É SÓ futebol! Tenho certeza que pensarmos em outras situações, como filas de bancos e de festas, estacionamentos, poltronas de cinemas etc., lembraremos de outras situações do cotidiano bem semelhantes...
Há regras que podem ser quebradas, mas a maioria existe para manter um equilíbrio e, por isso, o seu desrespeito sempre gera prejuízo a alguém...
Espero que os dirigentes sintam a mesma vergonha que eu senti e mudem isso no beira-rio.
E, quanto ao problema da educação, lembro que teremos eleições em breve e, seria interessante que todo mundo pensasse bem no que fazer com o seu voto. É claro que isso não resolve tudo, mas é parte do caminho certo...

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